sexta-feira, 30 de maio de 2008

Some kinda love

"No kinds of love are better than others." - Lou Reed

Estou amando, minha gente, e que coisa mais linda isso. Amo meus quadros de rockers, com os quais converso diariamente e desejo "boa noite" antes de cair no sono. Amo meus filmes, meu livros, meus discos, minhas longas tardes desocupadas. Amo meu trabalho, que nem é emprego. Amo minha vida acadêmica. Amo minha vida social. Amo meus interesses românticos passados com a mesma intensidade que amarei os que virão. Amo minha solidão. Amo meu desespero. Amo meu cansaço. Amo minha alegria. Hoje é um daqueles dias que sinto que devo dar um "pause" na vida para realmente apreciá-la. É uma pena que o mundo não vem com controle remoto, mas enfim. Acho que amo isso também.

Que Marguerita continue dando lições de moral para Tom indefinitivamente.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Take a chance

Vamos à lição do dia, coleguinhas:

Se leitores de pensamentos fôssemos, relações interpessoais seriam absurdamente mais faceis. Se pudessemos nos ausentar de certas situações para analisarmos o contexto inteiro (e não apenas nosso próprio ponto de vista), evitariamos momentos constrangedores, mal-entendidos, corações partidos e dores de cabeça. Em outras palavras, se a racionalidade reinasse sobre nossas emoções, tudo fluiria melhor. Mas não reina. E não somos robôs. E devido a nossa miopia na hora de enxergar inteiramente o(s) outro(s), magoamos e somos magoados com mais frequência do que gostaríamos. Portanto, amiguinhos, se algum dia vocês perceberem que uma atitude feriu outra pessoa (mesmo que faça anos desde o ocorrido), liguem e peçam perdão. Não custa. E é melhor do que ficar imaginando o que a pessoa pensa de você.

Espero receber o mesmo tratamento.

sábado, 24 de maio de 2008

Dream of me

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Quem Ama Inventa (MQ)

Quem ama inventa as coisas a que ama...
Talvez chegaste quando eu te sonhava.
Então de súbito acendeu-se a chama!
Era a brasa dormida que acordava...
E era um revôo sobre a ruinaria,
No ar atônito bimbalhavam sinos,
Tangidos por uns anjos peregrinos
Cujo dom é fazer ressurreições...
Um ritmo divino? Oh! Simplesmente
O palpitar de nossos corações
Batendo juntos e festivamente,
Ou sozinhos, num ritmo tristonho...
Ó! meu pobre, meu grande amor distante,
Nem sabes tu o bem que faz à gente
Haver sonhado... e ter vivido o sonho!

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Não estou apaixonada, nem com coração partido, nem com nenhum sentimento relacionado a romance fora o meu usual (e narcisista) amor próprio. Mas que a antologia poética de meu gaúcho preferido foi Bíblia desta semana... ah se foi!

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Awake

Xô falá: Sou MESTRE na arte de desperdiçar tempo. Tenho até diploma, o qual estou avaliando onde pendurar em meu quarto. Sério. Para quem não mora nas redondezas da minha adorável [sarcasmo] cidade, Balneário Camboriú, hoje o dia aqui está maravilhoso, sem uma nuvem sequer no céu, com um lindo sol e uma brisa refrescante, com um número tolerável de turistas nas ruas, com bares a beira mar abertos e cervejas refrescantes esperando para serem consumidas... e eu não consigo sair de meu quarto. E não consigo ouvir música no meu quarto. E não consigo ver TV em meu quarto. E não consigo ler em meu quarto. E não estou com vontade de conversar com ninguém em meu qurto. Só quero ficar deitada, olhando pro teto, meio-adormecida-meio-acordada, até o dia passar e eu recuperar minhas energias.

Que droga, parece que estou reclamando de novo. Não é o caso. Eu adoro esses meus momentos "isolados". A-do-ro. O que me assusta é o quanto adoro isso. Parece que fomos treinados para estarmos sempre em atividade, sempre aprendendo, sempre falando, sempre fazendo, sempre... vivendo. Mas quem aí se declarou Deus pra dizer que viver não é ficar deitado na cama, mexendo os pés lentamente, aproveitando o pouco espaço de tempo que se tem para ficar longe de tudo e simplesmente... ser?

É quase uma meditação. E se eu estivesse com olhinhos fechados e em posiçao de lótus ninguém viria me pentelhar. Queria que os outros aceitassem isso e não automaticamente me diagnosticarem com depressão profunda ou coisa que o valha. Eu não sou depressiva. Eu sou preguiçosa e indisposta. É bem diferente.

terça-feira, 20 de maio de 2008

I'm waiting for the man

Descobri hoje que existem três coisas na vida as quais eu simplesmente detesto: aulas monótonas, atalhos frustrados e falta de controle dos sentimentos. Aulas monótonas porque, bem, quem gosta de ficar ouvindo professor falar e falar e falar em plena terça-feira-véspera-de-véspera-de-feriado? Não funca. E pior é que é uma aula que geralmente não me incomoda tanto... mas enfim, catei minha bolsinha e saí fora depois de assinar a maldita lista de presença. Devido a minha revolta com as instituições de ensino superior deste país que contribuem pra falta de emoção das minhas manhãs, acabei pegando um ônibus que não é o meu usual e, consequentemente, parando em um ponto que não é perto de onde moro [nota: gente que mora em Balneário Camboriú não tem a mínima noção de distância. Tudo aqui é perto. Portanto o ponto em que parei é relativamente perto da minha casa. Mas visto que sou incrivelmente mal-acostumada e "perto" pra mim é a distância da porta da frente até o elevador, o ônibus me deixou praticamente no fim do mundo]. Então lá estava eu, andando pela city, quando decidi pegar um atalho. Detalhe - Balneário é composto de três ruas principais (paralelas umas das outras) e milhões de ruinhas perpendiculares a estas onde ficam as residências. Então não tem erro, cê pega uma avenida e segue reto que uma hora cê chega na sua esquina e dobra para casa. Mas Camila, sendo Camila, resolveu entrar em um zig-zag de pequenas ruas as quais eventualmente a levaram para um beco sem saída. Nem preciso dizer que teria economizado mais da metade do tempo se tivesse tomado minha rota de costume. Tudo bem que daí, bem, onde estaria a aventura da vida? E quanto aos sentimentos, é aquela velha história: eu seria muito mais feliz se tudo ocorresse do jeito que eu quero e sem complicações. Só porque eu sou mimada, claro. Na verdade eu deveria simplesmente relaxar e curtir a semana (que está sendo bem melhor que a anterior, diga-se de passagem) em vez de ficar me estressando tentando decifrar pensamentos alheios, o que, convenhamos, é patético, principalmente quando se trata do sexo oposto, o que, convenhamos, é cansativo demais para a minha beleza.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

I don't like you anymore

Camilaquandotáputa vai às compras, inventa viagens e gasta horrores. Camilaquandotáputa adora Camilanormal nessas horas por esta ser tão pão dura e ter dinheiro guardado para ocasiões em que Camilaquandotáputa aparece de surpresa.

Camilaquandotáputa desconta seu mau humor em todos e faz coisas que queimam o filme da Camilanormal. Camilanormal pede desculpas aos afetados.

Camilaquandotáputa cisma que qualquer inseto com asas é pernilongo e saí matando todos. Quem vê a cena pensa que ela se inscreveu para um concurso de Bateção de Palmas Artísticas. Camilaquandotáputa chora posteriormente pelo genocídio de bichinhos de luz e joga a culpa em Camilanormal.

Camilaquandotáputa também chora sempre que alguém faz algo amável por ela. Mas logo limpa as lagrimas e tá briguenta de novo.

Camilaquandotáputa ouve música no último volume. Nesse aspecto ela é até parecida com Camilanormal.

Camilaquandotáputa não consegue ficar parada na frente da TV. Camilaquandotáputa se irrita com sua própria inquietação. Camilaquandotáputa tem mania de jogar o controle remoto no chão e ficar perplexa quando ele pára de funcionar de repente.

Camilaquandotáputa rende ótimas histórias para Camilanormal contar à sua terapeuta.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Rescue me

Um dia ruim, na vida de Camila Beaumord, começa quando o despertador não toca (aliás, toca, mas é ignorado),quando se acha um livro da biblioteca que deveria ter sido entregue há séculos (portanto uma considerável multa será cobrada), quando se sai de casa sem café, quando quase se perde o ônibus, quando a bateria do aparelho-de-som-portátil-companheiro-de-Praiana acaba em bem menos da metade do trajeto, quando se percebe que um papel importantíssimo para a aula do dia foi esquecido sem querer em cima da mesa na sala de jantar. Isso nos primeiros, hm, vinte minutos da manhã. E a partir daí, bem, o dia só tende a piorar.

Não estou com muita vontade de ficar reclamando muito aqui porque, convenhamos, é só o que faço neste blog. Aliás, minha ausência nessas últimas semanas deve-se, em parte, à minha disposição e bom humor. Mas esta semaninha em particular, meu povo, tá difícil. E até gostaria de dizer que o problema é comigo, sabe, estou tpmica ou meu inferno astral se antecipou por alguns meses, mas não é o caso. O problema são os outros. Sério. Parece argumento de criança mimada ou dondoca egocêntrica que está em eterno estado de negação. Mas, repito, não é o caso. Simplesmente minha capacidade de suportar a humanidade está a zero. E se isso me torna uma velha ranzinza e amarga, foda-se, ó minha cara de quem se importa.



segunda-feira, 21 de abril de 2008

Confusion

Eu sou uma pessoa confusa. Paradoxal, até. Não sei tomar decisões, não sei o que quero, não sei do que gosto, não sei como sou. Tenho uma vaga noção, apenas. Normalmente sinto confiante em meus feitos, minhas reações, meus pensamentos. Mas tem horas - consequência de longos dias chuvosos - em que percebo que sou composta por várias particulas diferentes, as quais formam uma infinidade de Camilas diferentes vivendo em aparente harmonia em um só corpo. E supostamente todos somos assim, ninguém é constante o tempo todo, metamorfose ambulante e bla bla bla. A diferença é que estou com tanta pressa de me descobrir que não me permito simplesmente viver. E errar. E deixar as Camilas brigando entre si até restarem poucas, as "verdadeiras".

Então, para concluir, vamos citar Kerouac pela milésima vez?
Vamos.
"Gosto de muitas coisas ao mesmo tempo e me confundo inteiro e fico todo enrolado correndo de uma estrela cadente para outra até desistir. Assim é a noite, e é isso que ela faz com você, eu não tinha nada a oferecer a ninguem, a não ser minha própria confusão."

Tenham paciência comigo até isso tudo passar, por favor.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

The way things are

No fim, tudo se resume a alguma carência emocional esquecida ou ignorada por anos a fio. E quando digo tudo quero dizer exatamente isso: tu-do. Gosto para filmes, livros, músicas, sabor do sorvete, homens. Amores e desamores. A escolha do que ver na TV. Cada passo dado, cada opção feita tem a pretenção de encobrir os buraquinhos (por mais microscópicos que sejam) cavados ao longo de um passado de traumas e desavanços. A verdade é que somos todos escravos de nós mesmos. E ao dizer todos me refiro a... bem, a mim. Creio que existem outros "eus" no universo, mas não estou a fim de englobar estes em meus draminhas atuais. Apenas sei que se formos analisar cada centímetro da minha vida, descobriremos que meu amor por uma poesia sobre um vendedor de sombrinhas vem de um dia chuvoso em que fui deixada na escolinha por alguns minutos a mais que o usual, ou que chocolate me dá dor de cabeça porque entupi a cara de brigadeiro em uma festinha de aniversário e alguma mãe mão-de-vaca brigou comigo. E que me apego a coisas - sejam estas pessoas, objetos, idéias - porque se tem uma coisa que aprendi nesse meio tempo é que tudo acaba, mais cedo ou mais tarde, então é errado desejar prolongar o tempo até o término?

Pelo visto sim, ou não estaria escrevendo agora.

sexta-feira, 28 de março de 2008

The past and pending

Quando acontece algum momento bom na vida, guarde-o. Aprecie-o. Pegue-o com as mãos e o coloque na estante. Feche os olhos e o sinta com todos os outros sentidos. Porque passa, minha gente. Passa e não volta mais. A ressaca do momento pode até ser prazerosa, mas quando vai embora também o vazio deixado é quase intolerável. E aí ocorrem os vasculhos da mente pelo mínimo vestígio do passado.

Meu momento, digamos, "o" momento em si, durou pouquíssimo tempo. Estava eu em uma galeria em São Paulo, admirando distraidamente as fotografias. Parei diante daquela famosa do James Dean na chuva em Times Square, do Dennis Stock. Já conhecia a peça e havia a visto incontáveis vezes, mas nunca prestei tanta atenção. Por alguns minutos tudo parou, a vida parou, os carros lá fora pararam, os sons diminuiram, o mundo freou antes de completar mais uma volta. E eu senti o cheiro da chuva, o cabelo molhado de Dean, o abraço de um sobretudo... e me veio On The Road na cabeça que é Kerouac que me lembra Bob Dylan que compôs Tangled in Blue que por algum motivo me remete ao Fante. E Fante é Camila, não tem outra, seja Camila Lopes ou Camila Beaumord.

Pois bem. Meu momento foi o minuto na frente de uma fotografia antiga que trouxe uma teia de pensamentos aleatórios resposáveis por um mormaço no estômago semelhante àquele provocado por chocolate quente no inverno. Porém, como tudo na vida, passou. O mundo voltou a pisar no acelerador, os carros seguiram em seus caminhos, os sons voltaram a fazer parte da noite. E eu passei para a próxima foto antes de deixar a galeria. Aos pouquinhos desde então, o mormaço vem deixando meu corpo.

É crime querer que ele volte?

[post elaborado semana passada mas não publicado por motivos pessoais e nem-tão-interessantes-assim da autora]

quinta-feira, 27 de março de 2008

Eu amo o dia 27 de cada mês. Quem me conhece sabe disso. Não sei como, mas tudo simplesmente flui. As amolações da vida dão um tempo e o mundo fica mais colorido, mais feliz.
Então é isso - desabafo contente.
Feliz dia 27 a todos :)

terça-feira, 25 de março de 2008

Don't ever think too much

Sempre aconselho os outros a não sofrerem por antecipação pois é algo que EU faço e que me incomoda profundamente. Sofrer por antecipação é sinônimo de preocupação desnecessária, sonhos perturbadores, coceira no cotovelo, falta de concentração em coisas essenciais. Tudo em vão. Em vão porque não se pode controlar o que há por vir. Em vão porque na grande maioria das vezes o motivo primordial da preocupação é algo que nem acontece. E porque, na grande maioria das vezes também, o desenrolar da história chega a ser tão inesperado que toda a energia gasta para o preparo psicológico do futuro-como-se-teme-que-será não se sustenta para o que realmente ocorre. É o medo do monstro no armário quando o monstro embaixo da cama é bem maior e está pronto para atacar.

Supostamente o jeito de impedir isso tudo é parar de pensar tanto.
Pois é. Tô tentando.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Expectations

Faz mais de uma semana que não posto aqui, e devo dizer já de antemão que não tenho uma desculpa concreta para justificar minha ausência, a não ser a tentativa frustrada de ausentar-me de mim neste meio tempo. Troquei estupidamente meus Luckys na sacada por Luckys à beira mar, visto que minhas reflexões solitárias no seleto espaço que divide meu quarto e o mundo exterior são muito mais profundas que ponderações espontâneas em lugares públicos com outros perdidos como eu. Passei a semana, a quem possa interessar, oscilando entre uma doença e outra, passando por gripe, febre, inflamação na garganta, ferida no pé até chegar na ressaca e todos os seus sintômas. Concluí apenas um dos muitos trabalhos acadêmicos que tenho para elaborar até o final do mês, tentei ler Clarice Lispector só para desistir antes da metade e voltar ao meu adorado Sartre (peço perdão as fãs, mas aquela mulher cansa minha beleza, e se isso me faz menos intelectual ou sensível ou, por que não, culta, foda-se), ri até apertar o estômago, trabalhei, vi filmes, revi amigos, consumi a quantidade certa de chocolate em horários adequados (porque sou uma menina esperta e sei me controlar). Tive frustrações ao longo da semana, tudo culpa de minhas malditas expectativas. Já me falaram antes que espero demais da vida, mas nunca acreditei até pouco tempo. Sou exigente sim, é fato. Espero uma aula decente na faculdade já que acordei cedo para assisti-la, espero a disponibilidade de certos materiais que reservei previamente, espero consideração alheia visto que a tenho com tantos outros. Então me frustro, frustro pois o mundo real nem sempre fornece aquilo que deveria. Sorte a minha que nunca me ocorre algo tão decepcionate que meus príncipes não dêem conta de ajudar.

E assim a vida passa. Chega a noite e percebo que I'm on top of the world again. O que mais posso pedir?

domingo, 16 de março de 2008

Relief

Tudo estava indo muito bem. Dormi até mais tarde, almocei, vi TV. Tomei a dosagem certa de café. Entrei rapidamente na internet. Estava tudo tranquilo. Até eu resolver tomar banho. Chego no banheiro, toalhinha na mão, e me deparo com a maior bagunça dos últimos tempos. Vidro embaçado, secador fora do lugar, roupas (ah! quantas roupas!) espalhadas por todos os cantos do minúsculo cômodo... são meias, calça, tênis, camiseta, tudo nojento e cobrindo o chão. A transformação relâmpago de "ambiente esterelizado propício para banhar" e "zona de guerra" só pode ser explicado pelo fenômeno Irmã-Caçula-Tornado, que havia usado o local apenas algumas horas antes.

Tarde demais para desistir, pratico saltos olimpicos até chegar ao box, na esperança de um banho agradável. Não funcionou. Não existe "meio-incômodo". Uma vez incomodado, não há como voltar ao normal em questão de minutos. Lá estou eu, rodeada por fumacinhas de vapor e tudo, TUDO, começa a me irritar. Não aguento as manchas na minha perna, não aguento o machucado no meu pé causado por uma sandália assassina sem consideração, não suporto minhas unhas roídas, meus olhos míopes, minha boca, meu enorme nariz (que nem é tão grande assim), meu cabelo que só pensa em cair, cair, cair. Meus ataques de tosse, meus enjôos constantes, minhas olheiras... tudo, tudo está errado. Sinto uma coceira estranha que começa no meu cotovelo esquerdo e segundos depois já se espalhou para meu braço inteiro. Então pego o sabonete e esfrego meu braço, esfrego para ver se "limpo" a sensação, esfrego até o pobre coitado quase cair. Mas também não adianta, então jogo no chão o sabonete com sua fragrância nauseante de uma flor ordinária qualquer e abro toda a torneira de água fria para ver se alivio o sentimento de (literalmente) querer trocar de pele. Funciona um pouco. Consigo pelo menos terminar o banho. Agarro minha toalha, saio do banheiro, deito na minha cama por o que parece ser uma eternidade até acalmar um pouco os nervos. Levanto, sento na frente do computador e começo a escrever.

sexta-feira, 14 de março de 2008

100,000 Fireflies

Ah, as tais borboletas no estômago. Inexplicáveis. Eu juro que queria atraí-las como resultado de algo "normal". Juro que queria controlar o horário, local e (principalmente) o porquê de suas aparições. Queria declarar uma paixão abertamente sem me preocupar com as expressões de espanto que causaria nos demais. Porque é o que sempre acontece, não tem jeito... tento esconder certas opiniões consideradas estranhas, mas acabo as revelando de uma forma ou de outra e provocando olhos arregalados e sobrancelhas erguidas. O problema é comigo, eu sei, mas não adianta. Até tentei ser diferente e quase morri com o esforço. Não adianta, não adianta. Sou esquisita. E se querer abandonar a Cidade Paraíso-Subtropical para fugir para a Terra da Fumaça e Poluição me torna ingrata além de esquisita, tudo bem. Pois posso jurar que quero borboletas de outra maneira, mas o fato é que o que importa são suas visitas. As minhas podem não aparecer com tanta frequência, mas quando decidem vir, trazem a família inteira para passear por todos meus órgãos vitais alegremente até suas asinhas não aguentarem mais bater de tanto cansaço.



*O título tá Fireflies e não Butterflies porque bichinhos de luz também provocam frio na barriga e Magnetic Fields é uma graça.

quinta-feira, 13 de março de 2008

On the road again

Há exatamente uma semana a adorável futura-publicitária que se encontra agora sentada na frente do pc digitando este texto estava tentando decifrar como encaixar um par de tênis Reebok com estampa de jornal em sua mochila vermelha já entupida de roupas e livros e acessórios femininos. Tonta do jeito que é quando o assunto é física, decidiu que a melhor estratégia seria sentar na mochila, amassando assim os objetos pra-lá-de-necessários (sentiu o sarcasmo?) como as 10 blusas e 3 calças e 12 pares de meia que ela jurava que usaria em sua viagem de 6 dias, tendo então espaço para seus calçados no topo da mochila. Não funcionou (obviamente). Demorou uns bons 10 minutos para ela decidir separar o par, enfiando o pé esquerdo no cantinho esquerdo na mochila e o pé direito no cantinho direito. Ó, não é que deu certo?

Com isso resolvido, nada mais poderia impedir a garota de partir para o Rio de Janeiro na tarde seguinte. Sua bagagem a acompanhou até a rodoviária local, até a rodoviária carioca, até a casa de seu amigo, até o show do Bob Dylan, até a Drinkeria Maldita, até a rodoviária carioca de novo, até a rodoviária paulistana, até a casa de mais amigos, até o show do Interpol (com abertura do Cachorro Grande), até o MASP, até a C3, até a Fnac e o show "surpresa" do Nenhum de Nós, até a rodoviária paulistana novamente, até Balneário Camboriú. Ela esperou pacientemente na casa dos amigos de sua dona já mencionados enquanto a garota passeava nos restaurantes do Rio e na Av. Paulista e na Livraria Cultura e na Starbucks e na frente do suposto hotel onde os integrantes do Interpol estariam hospedados e nas inúmeras viagens de metrô. Neste momento, a linda mochila vermelha se encontra deitadinha na cama da garota, exausta, tadinha (e com razão).