segunda-feira, 21 de abril de 2008

Confusion

Eu sou uma pessoa confusa. Paradoxal, até. Não sei tomar decisões, não sei o que quero, não sei do que gosto, não sei como sou. Tenho uma vaga noção, apenas. Normalmente sinto confiante em meus feitos, minhas reações, meus pensamentos. Mas tem horas - consequência de longos dias chuvosos - em que percebo que sou composta por várias particulas diferentes, as quais formam uma infinidade de Camilas diferentes vivendo em aparente harmonia em um só corpo. E supostamente todos somos assim, ninguém é constante o tempo todo, metamorfose ambulante e bla bla bla. A diferença é que estou com tanta pressa de me descobrir que não me permito simplesmente viver. E errar. E deixar as Camilas brigando entre si até restarem poucas, as "verdadeiras".

Então, para concluir, vamos citar Kerouac pela milésima vez?
Vamos.
"Gosto de muitas coisas ao mesmo tempo e me confundo inteiro e fico todo enrolado correndo de uma estrela cadente para outra até desistir. Assim é a noite, e é isso que ela faz com você, eu não tinha nada a oferecer a ninguem, a não ser minha própria confusão."

Tenham paciência comigo até isso tudo passar, por favor.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

The way things are

No fim, tudo se resume a alguma carência emocional esquecida ou ignorada por anos a fio. E quando digo tudo quero dizer exatamente isso: tu-do. Gosto para filmes, livros, músicas, sabor do sorvete, homens. Amores e desamores. A escolha do que ver na TV. Cada passo dado, cada opção feita tem a pretenção de encobrir os buraquinhos (por mais microscópicos que sejam) cavados ao longo de um passado de traumas e desavanços. A verdade é que somos todos escravos de nós mesmos. E ao dizer todos me refiro a... bem, a mim. Creio que existem outros "eus" no universo, mas não estou a fim de englobar estes em meus draminhas atuais. Apenas sei que se formos analisar cada centímetro da minha vida, descobriremos que meu amor por uma poesia sobre um vendedor de sombrinhas vem de um dia chuvoso em que fui deixada na escolinha por alguns minutos a mais que o usual, ou que chocolate me dá dor de cabeça porque entupi a cara de brigadeiro em uma festinha de aniversário e alguma mãe mão-de-vaca brigou comigo. E que me apego a coisas - sejam estas pessoas, objetos, idéias - porque se tem uma coisa que aprendi nesse meio tempo é que tudo acaba, mais cedo ou mais tarde, então é errado desejar prolongar o tempo até o término?

Pelo visto sim, ou não estaria escrevendo agora.