sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Vazio

Hoje estou vazia. Isto não é uma referência a metáfora do copo, sabe, otimistas versus pessimistas, não não. Sinto que fui esvaziada por uma onda de monotonia paranormal, a qual retirou estômago, coração, tripas, ossos, fígado, todo e qualquer fragmento do meu corpo que uma vez um dia promoveu alguma sensação levemente humana.

Ao colocar tudo isso no papel (leia-se: tela de computador), receei soar "emo" demais. Portanto, até eu chegar a uma brilhante conclusão (a qual falarei a respeito logo em seguida), este texto quase não foi escrito. Aí reparei que não, não estaria sendo emo, e sim justamente o oposto: hoje sou a total contradição de qualquer filosofia "emolóstica". Eles não sabem como lidar com o constante fluxo de sentimentos sufocantes que parece ter surgido de uma hora para outra; eu, com a ausência de tais emoções. Estou leve no sentido mais kunderiano da palavra possível, estou flutuando sem rumo em uma eternidade cinzenta, rezando para me apegar a alguma coisa (qualquer coisa) que me arraste de volta para o chão.

Isto seria extremamente deprimente se não fosse tão entediante. O pai de Morrissey uma vez definiu que a ausência de tempero na vida se dava ao excesso de cafeina na veia. Comentário ao qual Morrissey respondeu para que o velho o deixasse em paz, pois ele estava bem agora. Pois então, "bem" é uma coisa muito relativa. Desculpe-me Mor, querido, mas adoraria ouvir as receitas de anti-monotonia que seu pai tem para oferecer. Quero o giz-de-cera amarelo para tentar colorir esse ânimo cor-de-bombril que me atormenta desde que acordei. Está tudo dando certo para mim, e ao mesmo tempo, tudo está dando errado. Sou uma ingrata? Sou, sou mesmo. Estou sem rumo, meu povo. E estaria apavorada se não estivesse tão vazia.

Ou isso ou estou tpmica e amanhã tudo se resolverá.

3 comentários:

Anônimo disse...

Você sabia que se uma mulher matar alguém e o advogado dela alegar pro júri que ela estava de tpm, ela poderá sair livre?

Anônimo disse...

Alguns dias são vazios, nao há o que se possa fazer.

Mas passa.

Bruna_fb disse...

Irrita-me fazer da TPM uma desculpa (ou justificativa) para momentos estressantes, emocionais ou vazios, pq parece q por mais que lutemos e todo aquele bla bla bla feminista, continuamos nos colocando numa posição inferior, nos explicando através de variações hormonais.
Mas, na verdade, às vezes, essa é a resposta: TPM. Apenas TPM. E depois passa...