sábado, 29 de dezembro de 2007

That's the way (my love is)

Gostaria de saber me declarar para as pessoas. Eu não sei fazer isso. Quando faço, soa falso, porque ocorre com tanta raridade. Dizer que fiquei com saudades, ou soltar um "ah, te gosto tanto!" espontâneo não é tão difícil. Mas sentar com uma pessoa, olha-la nos olhos e afirmar, claramente, "Escuta, eu te amo." já são outros quinhentos.

Possivelmente porque a noção de "amor" é muito distorcida na cabeça das pessoas. Tem amor de amigo, amor de família, amor de paixão. E entre um amor e outro; um mar de confusão. Amantes que se tornam amigos, amigos que se tornam amantes, irmãos que são melhores amigos, melhores amigos que são praticamente irmãos. Quem nunca teve uma amizade com alguém do sexo oposto (ou do mesmo sexo, por que não?) repleta de apego, de consideração, de carinho, de piadas internas, de discussões fervorosas, de risadas intermináveis? Aquele amigo que os outros automaticamente consideram ser seu namorado, pelo simples fato de vocês estarem juntos o tempo todo e se darem tão bem. Ninguém explica esse tipo de amor. Ele não tem nome. E só porque você é fascinada(o) por alguém ao ponto de querê-lo por perto o tempo inteiro não significa, necessariamente, que você amarra seu corpo com laços invisíveis e muita força de vontade para não o agarrar em plena avenida.

E isso ninguém ensina, isso ninguém comenta. É inadmissível você ter qualquer tipo de relação amorosa que não envolva sexo ou anéis de noivado. É perda de tempo. É socialmente inaceitável. Posso estar exagerando um pouco para causar impacto, mas bem pouco. Se você duvida, vá até a livraria mais próxima e conte o número de livros de auto-ajuda que prometem a solução para seus conflitos conjugais, ou que oferecem dicas para fisgar um macho. Parece que todo mundo está tão preocupado com compromissos inter-pessoais que ninguém pára para apreciar a companhia (e somente a companhia, sem segundas intenções) de alguém querido. E quem sabe seu relacionamento está indo a merda porque você passa tanto tempo se preocupando com a relação em si que se esquece do "relacionado".

Talvez eu tenha desviado um pouco o foco. Não estou aqui para fazer uma declaração anti-namoro. Só quero chamar a atenção para os amores não-definidos. Aqueles que brotam sem querer, por pessoas inesperadas. Aqueles totalmente desprovidos de qualquer intenção que não seja "passar meu tempo com você". O amor mais puro, mais prazeroso e, principalmente, mais sincero. Acho que o dia em que pararmos para apreciar este sentimento será o dia em que meus "eu te amos" fluirão com mais facilidade.

3 comentários:

Anônimo disse...

What a romantic post!

Everson disse...

Também acho que é uma coisa sócio-cultural. Existe essa cobrança terrível sobre certo comportamentos esperados. Não sei se tem um análogo feminino pra isso, mas se você está saindo com uma mulher e não está "comendo" ela, teus amigos passam a te olhar atravessado. Ou vão insistir até a morte que você está comendo sim e só não quer admitir. Junte a isso a crescente falta de interesse pelas outras pessoas (sim, porque ficar ouvindo você quando a minha vida é TÃO MAIS INTERESSANTE) e tu tem mais ou menos um panorama das coisas.

E isso não se aplica só a esses relacionamentos "indefinidos".

And, after all, the thing that I miss most from my past relationships that went terribly wrong is, indeed, the relationship. Receber cafuné, conversar sobre receita de macarrão e discutir qualquer coisa idiota que provavelmente não faz a menor diferença.

Baci! =***

Anônimo disse...

Que liindo *-*
poxa gostei do blog e do post do amor (: